Para facilitar o estudo científico das alterações de colo, os preventivos são classificados uniformemente no mundo todo em várias categorias, ASCUS, LSIL, HSIL, ASC-H, AGUS, AGC-H entre outros. Além disso existem observações quanto a flora vaginal detectada, como Lactobacilos, Gardnerella Vaginalis, Candida sp, Trichomonas e descrições diversas como hipotrofia, inflamação, esfregaço hemorrágico, efeito citopático por HPV. Por essa complexidade de resultados possíveis e seus múltiplos significados a interpretação de um preventivo compete ao ginecologista e somente ele poderá dizer o que aquilo realmente significa.
É preciso ressaltar que a citologia oncótica é um exame utilizado para o rastreio do câncer de colo de útero e isso basicamente quer dizer duas coisas: uma que o diagnóstico definitivo dessas lesões precisa ser confirmado por uma avaliação mais aprofundada com colposcopia e biópsia e outra, que na medicina é comum que exames de rastreio produzam muitos resultados falsos positivos, ou seja, na maioria das vezes em que um exame de citologia oncótica (papanicollaou ou preventivo) apresentar uma alteração não vai significar que a pessoa esteja com câncer de colo de útero.
Caso a avaliação colposcópica inicial seja normal é fundamental um acompanhamento mais próximo, por exemplo de 6 em 6 meses, no qual o preventivo será repetido, por vezes com avaliação colposcópica concomitante, até que se possa ter segurança de que realmente não existe nada de mais grave no colo. Um exame de citologia oncótica normal dá apenas 60% de certeza de que o colo está normal, enquanto dois exames normais dão uma certeza de 98%. Por isso, após um preventivo alterado o acompanhamento mais próximo, de 6 em 6 meses, perdura por no mínimo 1 ano e por vezes até por mais tempo.
Texto escrito pela Dra. Cibele Feroldi Maffini
Especialista em Ginecologia e Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia. CRM PR 24291/ RQE 16906