Tratamentos
Há manifestações diferentes da doença que, clinicamente, podem ser divididas em quatro tipos. Essas manifestações podem aparecer separada ou simultaneamente.
A dor na região da pelve ocorre possivelmente por conta do sangramento e liberação de substâncias que geram dor em áreas do local onde a doença está presente. Há correlação entre a profundidade de infiltração e os sintomas dolorosos. Os principais sintomas dolorosos que sugerem ao médico a presença da doença são:
IMPORTANTE: Endometriose que infiltra o ureter geralmente apresenta poucos sintomas
IMPORTANTE – Nem todo casal que não consegue engravidar, no entanto, tem endometriose.
Existem inúmeras causas para a infertilidade e a doença é somente uma delas. No entanto, a endometriose pode manifestar-se apenas com a infertilidade.
Ca-125 elevado associado à sintomas de dorlorosos e infertilidade, precisa obrigatoriamente submeter-se a uma investigação mais detalhada da doença, notadamente suas formas profundas.
IMPORTANTE: Contudo, nem todos os tipos da doença podem ser identificados nos exames de imagem.
Ao mapear as lesões do útero no pré-operatório, a ideia é buscar o endometrioma ovariano, a adenomiose e lesões profundas da doença. As lesões superficiais não podem ser visualizadas em exames de imagens.
O mapeamento das lesões pode ser realizado por meio da ultrassonografia, ou a chamada ressonância nuclear magnética. Outros exames também podem complementar o diagnóstico.
Quando há diagnóstico pré-operatório da endometriose profunda, o objetivo da cirurgia é bem específico: remover todos os implantes da doença. Geralmente essas cirurgias são complexas e têm potencial para complicações graves.
IMPORTANTE – O tratamento clínico controla os sintomas, e não a doença em si.
Até mesmo pacientes portadoras da endometriose em estágios avançados podem optar pelo tratamento clínico com bons resultados. Entretanto, mesmo assintomática ou com leves sintomas, a doença pode progredir durante o tratamento clínico escolhido.
Há casos em que, havendo maior intensidade de sintomas ou resultados insatisfatórios com o tratamento clínico, a paciente opte pelo tratamento cirúrgico.
Casos mais graves, no entanto, requerem a obrigatoriedade de uma cirurgia, em caso de:
O endoceptivo Mirena é um dispositivo com hormônio que pode ser usado para controlar os sintomas dolorosos.
O uso de determinados métodos varia de mulher a mulher e, conversar com o médico sobre a melhor opção, é essencial.
Limita-se a um período máximo de 6 meses de tratamento. O uso prolongado desse medicamento pode causar desmineralização óssea. Dentre os efeitos colaterais, além da desmineralização óssea estão a cefaleia, sinais e sintomas de menopausa como secura vaginal, ausência da menstruação, ondas de calor, diminuição da libido e insônia.
O ideal da cirurgia é a realização por meio da laparoscopia, uma abordagem minimamente invasiva, feita através de pequenas incisões no abdome. Por estas incisões são introduzidos os instrumentos cirúrgicos para o procedimento.
IMAGEM – Posição das incisões no abdome em uma cirurgia laparoscópica convencional.
A cirurgia tem por objetivo:
Há melhora da dor em mais de 80% das pacientes submetidas à cirurgia. Há um risco, contudo, de 40% de recorrência dentro do período de 10 anos.
Existem algumas indicações de cirurgia que a tornam obrigatória:
À exceção dessas indicações de cirurgia, em outros casos, a abordagem deve ser detalhadamente discutida com o seu médico. Cada caso é um caso, pois há que se considerar variáveis como a idade, a presença e intensidade da dor, infertilidade e/ou o desejo de engravidar, além de uma série de outros fatores. Vale ressaltar que a cirurgia não cura a endometriose, mas somente elimina os focos principais da doença, reduz a reação inflamatória dentro do abdome, com consequente redução da dor e melhora da fertilidade. A paciente deve, na maioria dos casos, submeter-se a um tratamento clínico pós-operatório para reduzir os riscos de recidiva, caso não queira imediatamente engravidar.